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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Sousa Dias

 

deixa-me ser a tua casa 
o corpo inteiro do teu habitar 
deixa-me ser a porta quotidiana
aberta pela tua mão para o teu entrar 
deixa os meus lábios serem o fogo em que te esqueças
e os meus olhos a luz que queiras respirar 
deixa-me ser de pão mesa cama 
e o velho livro de versos para à noite folhear 
deixa-me ser o interior do teu repouso 
deixa-me ser o teu ficar 
deixa-me ser o teu estar


Sousa Dias




"Banhistas", 

de Paul Cézanne, pintor francês, que morreu  em 1906 



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