Eu sou um negro:
Negra como a noite é negra,
Preto como as profundezas da minha África.
Fui escravo:
César disse-me para manter os degraus da porta limpos.
Escovei as botas de Washington.
Já fui trabalhador:
Sob minha mão surgiram as pirâmides.
Fiz argamassa para o Edifício Woolworth.
Já fui cantor:
Todo o caminho da África para a Geórgia
Carreguei minhas canções de tristeza.
Eu fiz ragtime.
Já fui vítima:
Os belgas cortaram minhas mãos no Congo.
Ainda me lincham no Mississippi.
Eu sou um negro:
Negra como a noite é negra,
Preto como as profundezas da minha África.
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