POEMA
hoje
quais primeiras folhas que
se entregam ao húmus da terra
num outono a dealbar
no ciclo das estações que de-compõem a minha existência
fios salgados de um
pequeno rio que nasce no meu âmago
escorrem pelo meu rosto
imolando-se no fogo
de vastos campos de afectos
por ceifar
vivo manhã num tempo novo
depois do equinócio
em que o movimento celeste
lentamente distancia a luz
do meu ser
conduzindo a novos compassos
onde predominará
a escuridão
em que vivo a ausência de ti
Rui Amaral Mendes [na luz do crepúsculo]
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