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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Rui Amaral Mendes /// Ausência









POEMA


hoje
quais primeiras folhas que
se entregam ao húmus da terra
num outono a dealbar
no ciclo das estações que de-compõem a minha existência
fios salgados de um
pequeno rio que nasce no meu âmago
escorrem pelo meu rosto
imolando-se no fogo
de vastos campos de afectos
por ceifar

vivo manhã num tempo novo
depois do equinócio
em que o movimento celeste
lentamente distancia a luz
do meu ser 
conduzindo a novos compassos
onde predominará 
a escuridão 
em que vivo a ausência de ti



Rui Amaral Mendes [na luz do crepúsculo]    

Foto de Antonio Maria.


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