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domingo, 1 de abril de 2018

João marinheiro








insónia...



Não sei quantos dos dias ainda serão de chuva,
Não me importo que seja uma primavera adiada
As flores se atrasem a desabrochar
As noites são longas em mim
Não consigo vencer a falta de sono o desassossego interior

Por vezes dormes ao meu lado
Por vezes desenho-te de memória na cama
E percorro as tuas costas com beijos ternos
Por vezes acordas e dás-me um abraço apertadinho
Ficamos aninhados um no outro
Adormeço por fim…

Mas tudo é irrealidade em mim
Tu, a tua silhueta, a tua pele
As formas do teu corpo despido
Os cabelos na almofada desalinhados
As tuas mãos abertas...

E os beijos
São como gotas da chuva que escorre na vidraça fria
Não passam de criações do cérebro cansado
O desassossego interior
O livro aberto sobre a cama
A falta de sono…


João marinheiro
Ineditos 2013   


Foto de Hamilton Ramos Afonso -poesia.

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