Seguidores

domingo, 22 de abril de 2018

Memória da flor








Memória da flor



O teu perfume,
que não tenho a menor ideia de onde vem,
como se fosse um implacável perseguidor,
me entra, impiedoso, pelas narinas.
E o que deveria ser
sintoma e prenúncio de prazer
me faz sentir dores,
como se mil lanças me perfurassem,
para me fazer sentir alucinantes saudades
de tua carne, de teu corpo, de tua flor
da qual não consigo mais ter senão
uma lembrança tênue e fluida,
como se tanto amor
se fizesse apenas um resquício,
uma vaga memória,
que teima em permanecer
quando tende a se apagar.




Sem comentários: