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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

TEMPO

 

TEMPO


Te abandonas molemente aos afagos.
Percebo que teus seios são montanhas, 
Teu ventre, um vale e, quando me apanhas,
Que teus olhos são dois enormes lagos. 

Quando, então, danças no escuro 
No ritmo febril de tua respiração 
Teu sangue é uma lava, teu corpo, um vulcão
E no teu corpo o tempo está seguro. 

Depois mais mole, e mesmo saciada, 
Um sorriso, ou melhor, uma flor 
Desabrocha como fruto do amor 
E o tempo parece que não é mais nada!


(De "Apocalypse", Editora Zanzalás, 1982). 










1 comentário:

mariferrot disse...

O tempo gera estações, arruma emoções e põe limites nos instantes, sempre a passar deixa memória para ontem e sonho para amanhã !!!... <3


Beijo Conde