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terça-feira, 13 de outubro de 2020

António Ramos Rosa

 



            Para Agripina

Amanheceu a minha vida no teu rosto
de uma doçura intensa e tão suave
como se um divino fundo nele brilhasse
Eu era o que nascia soberanamente leve
e encontrava na limpidez centro do equilíbrio
Só em ti cheguei amanhecendo
na minha madurez. Entrei no templo
em que a luz latente era a secreta sombra
Foste sonhada por meus olhos e minhas mãos
por minha pele e por meu sangue
Se o dia tem este fulgor inteiro é porque existes
E é porque existes que se levanta o mundo
em quotidianos prodígios
em que ao fundo brilha o horizonte
António Ramos Rosa
Portugal (Faro) 1924-2013





1 comentário:

mariferrot disse...

Para alma que esmorece a vida não amanhece, simplesmente acontece, no meio do anoitece !!!... <3


Beijo Conde