NOVAMENTE CANESE
¡A CALLAR!
Jorge Canese
( El trino soterrado, vol. II, 1986)
A Calar
Aprendi a calar,
a sorrir
quando era absolutamente necessário,
a correr, a não sentir,
a amar sem que se note,
a comer sem prazer,
a esquecer logo,
a viver só,
a pensar nos demais
para não pensar em si mesmo
e a rezar para não despertar,
porque, às vezes,
(ainda apesar de tudo)
surge um desejo de viver
e o monstro segue firme
ao nosso lado
mesmo se resta apenas o remédio de esquecer
e recorrer à oração,
ao maratonismo e ao silêncio
para continuar fugindo e temendo,
para não pensar
que outro dia
as coisas podem ser de outra maneira.
1 comentário:
Calar, o grande escudo, a dor invisível que nunca geme, o maior dos silêncios !!!... <3
Beijo Conde
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