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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

(Castro Alves)

 




POESIA
Noite de amor
Passava a lua pelo azul do espaço
De teu regaço A namorar o alvor!
Como era tema no seu brando lume...
Tive ciúme De ver tanto amor
Como de um cisne alvinitentes plumas
Iam as brumas
a vagar nos céus, Gemia a brisa ?
Perfumando a rosa ?
Terna, queixosa Nos cabelos teus
Que noite santa! Sempre o lábio mudo
A dizer tudo
A suspirar paixão
De espaço a espaço ?
um fervoroso beijo
E após o beijo
E tu dizias ? "Não!... "
Eu fui a brisa, tu me foste a rosa,
Fui mariposa ?
Tu me foste a luz! Brisa ?
Beijei-te; mariposa ?
ardi-me, E hoje me oprime
Do martírio a cruz
E agora quando na montanha o vento
Geme lamento
De infinito amor,
Buscando debalde te escutar as juras
Não mais venturas...
Só me resta a dor.
Seria um sonho aquela noite errante?...
Diz, minha amante!...
Foi real... bem sei...
Ai! não me negues...
Diz-me a lua, o vento
Diz-me o tormento...
Que por ti penei!
(Castro Alves)




1 comentário:

mariferrot disse...

Cálida e ternurenta, do sol é sedenta, de brilho esbanja os calor dum sol que nasceu primeiro e vem afagar a lua, senhora da sua função, ela ri, sorri ou amua !!!... <3


Beijo Conde