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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Fernando Campos de Castro /// Estas mãos que te dou


Vê as mãos que aqui te dou, brancas e nuas
Tão cansadas e tão frias, quão distantes
Mas que sonham agarrar ainda as tuas
Com a mesma lucidez que tinham antes
Estas mãos que já respiram despedida
Tão marcadas em delírios sobre a pele
São farrapos das estrelas de uma vida
Que ficou de ti em mim tão fria e breve
Mãos que acendem cada dia de lonjura
P’ra poder guardá-lo em mim uma só vez
Nesta doce solidão quase loucura
Que a tua eterna ausência de mim fez
Vê as mãos que aqui te dou como desvelos
Que se quebram com acenos d’ansiedade
Estas mãos com que desprendo os teus cabelos
E o teu corpo de mil sedes e saudade

Fernando Campos de Castro  





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