Seguidores

domingo, 4 de maio de 2014

Miguel Torga



Não me perguntes, porque nada sei
Da vida,
Nem do amor,
Nem de Deus,
Nem da morte.
Vivo,
Amo,
Acredito sem crer,
E morro, antecipadamente
Ressuscitando.
O resto são palavras
Que decorei
De tanto as ouvir.
E a palavra
É o orgulho do silêncio envergonhado.
Num tempo de ponteiros, agendado,
Sem nada perguntar,
Vê, sem tempo, o que vês
Acontecer.
E na minha mudez
Aprende a adivinhar
O que de mim não possas entender.


Miguel Torga




                                  

1 comentário:

fatima disse...

Lindissimo.........

Vivo,
Amo,
Acredito sem crer,
E morro, antecipadamente
Ressuscitando.

bj Conde.