Quero acordar-te
da profundidade do teu sono,
da carícia tornada ferida,
do crepúsculo não vivido.
Buscaste-me quebrando
um a um os silêncios
das tuas mãos,
pisaste as estradas,
com asas chegaste
como o outono
discreto mas presente.
Sou a semente que se perdeu
entre as pedras do caminho
e o luar esquecido pela claridade
dos néons.
Soube-nos a chegada
a partida pela noite.
Se voltas,
porque tens de partir
na cauda dos ventos do norte?
O frio percorre-me
quando começa a sombra da tua ausência.
LÍLIA TAVARES
in PARTO COM OS VENTOS (Kreamus, 2013)
1 comentário:
O frio percorre-me
quando começa a sombra da tua ausência.
jokinhas....
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