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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Rafael Alberti /// Lo que dejé por ti

 



Rafael Alberti

Dejé por ti mis bosques, mi perdida

arboleda, mis perros desvelados,

mis capitales años desterrados

hasta casi el invierno de la vida.

 
Dejé un temblor, dejé una sacudida,

un resplandor de fuegos no apagados,

dejé mi sombra en los desesperados

ojos sangrantes de la despedida.

 
Dejé palomas tristes junto a un río,

caballos sobre el sol de las arenas,

dejé de oler la mar, dejé de verte.

 
Dejé por ti todo lo que era mío.

Dame tú, Roma, a cambio de mis penas,

tanto como dejé para tenerte.


O que deixei por ti

Deixei por ti meus bosques, minha perdida

floresta, meus cães desvelados,

meus melhores anos desterrados

até quase o inverno da vida.

 
Deixei um tremor, deixei uma sacudida,

um resplendor de fogos não apagados,

Deixei minha sombra nos desesperados

olhos sangrando na despedida.

 
Deixei os pombos tristes junto ao rio,

cavalos sob o sol nas areias,

Deixei de sentir o cheiro do mar, deixei de ver-te.

 
Deixei por ti tudo o que era meu.

Dá-me tu, Roma, em troca de minhas penas,

tanto como deixei por ti querer-te.

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