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terça-feira, 29 de abril de 2014

Nilson Barcelli //// Escuta , meu amor

     

Escuta, meu amor,
o canto pungente das mãos
que te procuram de ansiedade
e que de tardança o destroem,
tornando-o triste e negado.

Não há pranto, não há nuvens
para que o teu amor
fique no canto
amordaçado e ferido,
mas a cada minuto sem ti
há um além-mundo de incertezas
que no meu enlevo se alojam
em amoral desencanto.

Sem ti, sem o teu fogo,
sou um coveiro de sonhos
a remexer nas cinzas
do que não foi queimado
na fogueira imaginária do teu não.
 
 
Nilson Barcelli /  Abril 2014

2 comentários:

fatima disse...

Sem ti, sem o teu fogo,
sou um coveiro de sonhos
a remexer nas cinzas
do que não foi queimado
na fogueira imaginária do teu não.

Lindissímo,bjinho Conde D.Juan.

Vento disse...

"... na fogueira imaginária do não"

o poema é realmente lindo!
também a tela o é, que pena não se ver a onda que persegue esses cavalos magnificos :)

beijo, fantasma diurno.