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segunda-feira, 31 de março de 2014
helena guimaraes //// É....
A ternura que sinto no abraço
quando , à noite me deito na cama
é remédio para a minha ansiedade.
Sinto , na face , o calor do teu braço;
a calma morna que o teu corpo emana
é a doçura e a tranquilidade ! ...
helena guimaraes
do livro "" Intimidades ""
domingo, 30 de março de 2014
sábado, 29 de março de 2014
Nuno Júdice, /// Desejo
Queria ser essa noite que te envolve; e
cobrir-te com o peso obscuro dos braços
que não se vêem. Um murmúrio
desceria de uma vegetação de palavras,
enrolando-se nos teus cabelos como
secretas folhas de hera num horizonte
de pálpebras. Deixarias que te olhasse
o fundo dos olhos, onde brilha
a imagem do amor.E sinto os teus dedos
soltarem-se da sombra, pedindo
o silêncio que antecede a madrugada.
Nuno Júdice,
In O Estado dos Campos
são reis
Sei que a minha voz é um fio de vento
que me alimenta a alma
que os meus pés desnudos não caminham sós
mas me carregam o corpo inteiro
que o mar não se encapela sem motivo
e as dunas não nascem por acaso
Sei que as palavras sozinhas nada valem
que é preciso imbui-las de sentimento
sei também que não escrevo poesia
mas tento...
E se um dia deixar de escrever
sobre essa coisa que me arde no peito
que nem sei direito
o que é nem de onde veio
não valerá a pena sentir mais o chão
debaixo dos pés
nem correr atrás do infinito
pois terei morrido mesmo em pé
mesmo sem nada ter vivido
e nunca terei chorado tanto em minha vida
como no dia em que não puder mais escrever o que sinto
são reis
que me alimenta a alma
que os meus pés desnudos não caminham sós
mas me carregam o corpo inteiro
que o mar não se encapela sem motivo
e as dunas não nascem por acaso
Sei que as palavras sozinhas nada valem
que é preciso imbui-las de sentimento
sei também que não escrevo poesia
mas tento...
E se um dia deixar de escrever
sobre essa coisa que me arde no peito
que nem sei direito
o que é nem de onde veio
não valerá a pena sentir mais o chão
debaixo dos pés
nem correr atrás do infinito
pois terei morrido mesmo em pé
mesmo sem nada ter vivido
e nunca terei chorado tanto em minha vida
como no dia em que não puder mais escrever o que sinto
são reis
23 mar 14
sexta-feira, 28 de março de 2014
Rogerio Martins Simões /// Teus olhos , miragem....
TEUS OLHOS, MIRAGEM…
Rogério Martins Simões
Teus olhos são dois ímanes
Que me agarram a ti
Tua boca é a miragem
E a mais bela que já vi
Olho para ti em vertigem
Cubro-me com o teu ardor
Vivo na ânsia de te ter
Junto de mim, meu amor
Será para ti, minha alma bela,
Meu coração revestido a oiro
Eu te ofereço a minha vida
Em troca de ti, tesoiro
Minha miragem serena
Criada em tempos de primavera
Escuta em palavra amena
A minha eterna quimera
Teus olhos são a imagem
Que me agarram a ti
Tua boca é a miragem
E a mais bela que perdi…
1968
Jacques Brel Au Printemps.
Au printemps
Au printemps au printemps
Et mon cœur et ton cœur
Sont repeints au vin blanc
Au printemps au printemps
Les amants vont prier
Notre-Dame du bon temps
Au printemps
Pour une fleur un sourire un serment
Pour l'ombre d'un regard en riant
Toutes les filles
Vous donneront leurs baisers
Puis tous leurs espoirs
Vois tous ces cœurs
Comme des artichauts
Qui s'effeuillent en battant
Pour s'offrir aux badauds
Vois tous ces cœurs
Comme de gentils mégots
Qui s'enflamment en riant
Pour les filles du métro
Au printemps au printemps
Et mon cœur et ton cœur
Sont repeints au vin blanc
Au printemps au printemps
Les amants vont prier
Notre-Dame du bon temps
Au printemps
Pour une fleur un sourire un serment
Pour l'ombre d'un regard en riant
Tout Paris
Se changera en baisers
Parfois mê me en grand soir
Vois tout Paris
Se change en pâ turage
Pour troupeaux d'amoureux
Aux bergères peu sages
Vois tout Paris
Joue la fê te au village
Pour bénir au soleil
Ces nouveaux mariages
Au printemps au printemps
Et mon cœur et ton cœur
Sont repeints au vin blanc
Au printemps au printemps
Les amants vont prier
Notre-Dame du bon temps
Au printemps
Pour une fleur un sourire un serment
Pour l'ombre d'un regard en riant
Toute la Terre
Se changera en baisers
Qui parleront d'espoir
Vois ce miracle
Car c'est bien le dernier
Qui s'offre encore à nous
Sans avoir à l'appeler
Vois ce miracle
Qui devait arriver
C'est la première chance
La seule de l'année
Au printemps au printemps
Et mon cœur et ton cœur
Sont repeints au vin blanc
Au printemps au printemps
Les amants vont prier
Notre-Dame du bon temps
Au printemps
Au printemps
Au printemps
Primavera
Primavera para a primavera
E o meu coração eo seu coração
São pintados em vinho branco
Primavera para a primavera
Amantes rezará
Nossa Senhora do bom tempo
Primavera
Uma flor um juramento sorriso
Na sombra de um olhar rindo
Todas as meninas
Dê-lhe seus beijos
E suas esperanças
Ver todos esses canalhas
Como alcachofras
Que perdem as folhas batendo
Para fornecer os espectadores
Ver todos esses canalhas
Como mgots agradáveis
Que inflama rindo
Para as meninas o metro
Primavera para a primavera
E o meu coração eo seu coração
São pintados em vinho branco
Primavera para a primavera
Amantes rezará
Nossa Senhora do bom tempo
Primavera
Uma flor um juramento sorriso
Na sombra de um olhar rindo
Todos Paris
Se transformou em beijos
Às vezes, em grande noite
Ver todos Paris
Mudanças a pastagem
Rebanhos para os amantes
Imprudente bergres
Ver todos Paris
Jogar a festa da aldeia
Bnir para o sol
Estes novos casamentos
Primavera para a primavera
E o meu coração eo seu coração
São pintados em vinho branco
Primavera para a primavera
Amantes rezará
Nossa Senhora do bom tempo
Primavera
Uma flor um juramento sorriso
Na sombra de um olhar rindo
A terra inteira
Se transformou em beijos
Que falam de esperança
Veja este milagre
Uma vez que é a última
O que ainda nos oferece
Sem pôr
Veja este milagre
Que aconteceria
Esta é a primeira oportunidade
Só do Ano
Primavera para a primavera
E o meu coração eo seu coração
São pintados em vinho branco
Primavera para a primavera
Amantes rezará
Nossa Senhora do bom tempo
Primavera
Primavera
Primavera
Salvador Novo //// "AMOR"
"AMOR"
Salvador
Novo
Amar
es este timido silencio
cerca
de ti, sin que lo sepas
y
recordar tu voz cuando te marchas
y
sentir el calor de tu saludo.
Amar
es aguardarte
como
si fueras parte del ocaso,
ni
antes, ni despues, para que estemos solos
entre
los juegos y los cuentos
sobre
la tierra seca.
Amar
es percibir, cuando te ausentas,
tu
perfume en el aire que respiro,
y
contemplar la estrella en que te alejas
cuando
cierro la puerta de la noche.
Amor
Amar
é este tímido silêncio
perto
de ti, sem que o sintas,
e
recordar tua voz quando partes
e
sentir o calor de tua saudação.
Amar
é te aguardar
como
se fosses parte do ocaso.
nem
antes, nem depois, para que estejamos sós
entre
os contos e os jogos
sobre
a terra seca.
Amar
é perceber, quando te ausentas,
teu
perfume no ar que respiro.
e contemplar
a estrela em que te escondes
quando
fecho a porta da noite. quinta-feira, 27 de março de 2014
de Maria do Rosário Pedreira
Lê , são estes os nomes das coisas que
deixaste – eu, livros, o teu perfume
espalhado pelo quarto; sonhos pela
metade e dor em dobro, beijos por
todo o corpo como cortes profundos
que nunca vão sarar; e livros, saudade,
a chave de uma casa que nunca foi a
nossa, um roupão de flanela azul que
tenho vestido enquanto faço esta lista:
livros, risos que não consigo arrumar,
e raiva – um vaso de orquídeas que
amavas tanto sem eu saber porquê e
que talvez por isso não voltei a regar; e
livros, a cama desfeita por tantos dias,
uma carta sobre a tua almofada e tanto
desgosto, tanta solidão; e numa gaveta
dois bilhetes para um filme de amor que
não viste comigo, e mais livros, e também
uma camisa desbotada com que durmo
de noite para estar mais perto de ti; e, por
todo o lado, livros, tantos livros, tantas
palavras que nunca me disseste antes da
carta que escreveste nessa manhã, e eu,
eu que ainda acredito que vais voltar, que
voltas, mesmo que seja só pelos teus livros
Maria do Rosario Pedreira
deixaste – eu, livros, o teu perfume
espalhado pelo quarto; sonhos pela
metade e dor em dobro, beijos por
todo o corpo como cortes profundos
que nunca vão sarar; e livros, saudade,
a chave de uma casa que nunca foi a
nossa, um roupão de flanela azul que
tenho vestido enquanto faço esta lista:
livros, risos que não consigo arrumar,
e raiva – um vaso de orquídeas que
amavas tanto sem eu saber porquê e
que talvez por isso não voltei a regar; e
livros, a cama desfeita por tantos dias,
uma carta sobre a tua almofada e tanto
desgosto, tanta solidão; e numa gaveta
dois bilhetes para um filme de amor que
não viste comigo, e mais livros, e também
uma camisa desbotada com que durmo
de noite para estar mais perto de ti; e, por
todo o lado, livros, tantos livros, tantas
palavras que nunca me disseste antes da
carta que escreveste nessa manhã, e eu,
eu que ainda acredito que vais voltar, que
voltas, mesmo que seja só pelos teus livros
Maria do Rosario Pedreira
quarta-feira, 26 de março de 2014
As ausências e seus significados
Algumas
vezes
estar
perto é estar distante
e
a tese inversa é também verdadeira-
Ainda
que os deuses riam de todas as teses.
Se
o amor é síntese-
Pelo
menos, o poeta Mário Quintana
pensava
assim,
então,
é melhor, vez por outra,
somar
e multiplicar os momentos
e desaparecer
só para ver se faz falta.
Ah!
Sei a distância maltrata.
Devo
dizer que, muitas vezes,
a
presença também.
Sou
o que sou:
um
ser todo errado
e
você não.
Apenas
sei que o amor,
o
amor, o amor
não
é complicado,
mas,
as pessoas são.
Algumas
vezes
se
afastar
é
a única forma de conservar
a
flor da ilusão.
Se
o amor for mesmo amor
perdura,
ou não?Laura Santos /// Promessa
PROMESSA
Um dia soltarei as borboletas que trago na barriga
Um dia soltarei as borboletas que trago na barriga
E no ar lançarei as vagas.
Contigo ficarei para sempre comigo a sós, e irei
Sempre com uma moldura na voz
Rodear-te de atenção e loucura. Em ti porei
Para sempre, como no presente, a minha ternura.
Nus, teus braços barcos cordas, esperarei
Em cada vale o deslizar de todas as neves
E se suspendam de ti as folhas, alegrias breves.
A mar-te-ei como às flores, para sempre todas as tuas cores.
Ficarei liberta e louca nas casas da tua boca
E amar-te-ei sempre nas asas duma gaivota
Com olhos brancos de espuma...
Flutuante, bela e capaz de romper uma a uma
Cada nuvem que aparecer.
Amar-te-ei sempre.
Laura Santos
Alexandre O'Neill /// HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM
HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
de A. O'Neill
in No Reino da Dinamarca(1958)
terça-feira, 25 de março de 2014
A Quoi Ca Sert L'amour - Edith Piaf
Edith Piaf
A Quoi ÇA Sert L'amour
A Quoi ÇA Sert L'amour
A quoi ça sert, l'amour?
On raconte toujours
Des histoires insensées
A quoi ça sert d'aimer?
L'amour ne s'explique pas!
C'est une chose comme ça!
Qui vient on ne sait d'où
Et vous prend tout à coup
Moi, j'ai entendu dire
Que l'amour fait souffrir
Que l'amour fait pleurer
A quoi ça sert d'aimer?
L'amour, ça sert à quoi?
A nous donner d'la joie
Avec des larmes aux yeux
C'est triste et merveilleux!
Pourtant on dit souvent
Que l'amour est décevant
Qu'il y a un sur deux
Qui n'est jamais heureux
Même quand on l'a perdu
L'amour qu'on a connu
Vous laisse un gout du miel
L'amour c'est éternel!
Tout ça c'est très joli
Mais quand tout est fini
Il ne vous reste rien
Qu'un immense chagrin
Tout ce qui maintenant
Te semble déchirant
Demain, sera pour toi
Un souvenir de joie!
En somme, si j'ai compris
Sans amour dans la vie
Sans ses joies, ses chagrins
On a vécu pour rien?
Mais oui! Regarde-moi!
A chaque fois j'y crois!
Et j'y croirait toujours
Ça sert à ça l'amour!
Mais toi, tu es le dernier!
Mais toi' tu es le premier!
Avant toi y avait rien
Avec toi je suis bien!
C'est toi que je voulais!
C'est toi qu'il me fallait!
Toi que j'aimerais toujours
Ça sert à ça l'amour!
Pra que serve o amor
Pra que serve o amor?
A gente conta todos os dias
Incessantemente histórias
Sobre a que serve amar?
O amor não se explica
É uma coisa assim
Que vem não se sabe de onde
E te pega de uma vez
Eu, eu escutei dizer
Que o amor faz sofrer
Que o amor faz chorar
Pra que se serve amar?
O amor, serve pra que?
Para nos dar alegria
com lágrimas nos olhos
É uma triste maravilha
No entanto, dizem sempre
Que o amor decepciona
Que há um dos dois
Que nunca está contente
Mesmo quando o perdemos
O amor que conhecemos
Nos deixa um gosto de mel
O amor é eterno
Tudo isso é muito lindo
Mas quando acaba
Não lhe resta nada
Além de uma enorme dor
Tudo agora
Que lhe parece "rasgável"
Amanhã, será para você
Uma lembrança de alegria
Em resumo, eu entendi
Que sem amor na vida
Sem essas alegrias, essas dores
Nós vivemos para nada
Mas sim, olha pra mim
Cada vez mais eu acredito
E eu acreditarei pra sempre
Que é pra isso que serve o amor
Mas você, você é o último
Mas você, você é o primeiro
Antes de você não havia nada
Com você eu estou bem
Era você quem eu queria
Era de você que eu precisava
Eu te amarei pra sempre
E a isso que serve o amor
De "" Lua diurna "" /// Entardercer nas margens do poente
Entardece
nas margens do poente
bebo o cálice dos sonhos postos
na luz crepuscular da ilusão
na obliqua transparencia das palavras
ditas
e das que(nos)ficaram por dizer..
Aah! como doem as vagas mornas
p'lo canto das sereias encantadas
ninfas de esperança.. desgastadas
à espera de um sonho por viver
doi-me este entardecer de lua ausente
paixão tardia que a mim assim vieste
vestida de maresia . amor agreste
que veio a mim ,assim, tão de repente
quisera ser o sol e não poente
quisera ser candeia que alumia
as noites de ternura entrelaçada
quisera ser o dia matinal
onde tudo recomeça, transversal
e não se acaba.
por isso
meu amor.que seja a noite
Visita de minha alma ..permanente
e que amanheça
nas margens do poente.
por "lua diurna"
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