Quarta-feira, Setembro 01, 2010
Hora
Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.
Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.
E dormem mil gestos nos meus dedos.
Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.
Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.
E de novo caminho para o mar.
Sophia de Mello Breyner Andresen
2 comentários:
Caminhar em busca no amor, é o que estamos sempre a fazer, não?
Beijinhos, pelo poema, adorei
Temos sempre as mãos repletas de segredos ou desejos para ou por realizar.
Belo este poema da Sophia
Bom resto de semana
bjito da gota
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