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sábado, 4 de setembro de 2010

...da noite........


Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?

Hilda Hilst

4 comentários:

Marcia M. disse...

bom fim de semana conde! imagens que encantam.

Amor disse...

UM BJO DE SABADO PRA VC CONDE!

Feiticeira disse...

Hum!

Como não merecer?
Bom final de semana
Beijinhos

SonsDaAlma disse...

Gosto de te espreitar porque todos os poemas que escolhes são de uma profundidade imensa!
E a música sempre perfeita!

Está bem, um dia eu digo!
Embora pense que não ser preciso!