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quinta-feira, 30 de setembro de 2010
..Reflexão total.....................
Recolhi as tuas lágrimas
na palma da minha mão,
e mal que se evaporaram
todas as aves cantaram
e em bandos esvoaçaram
em torno da minha mão.
[...]
António Gedeão, Obra Completa
...Perdi mesmo....
De : Cristina Maya....
El laberinto
Cristina Maya
Cómo romper
la cáscara del tiempo,
enredada en la entraña
del pasado...
Cómo salir, soltar la amarra
de ese espacio compacto
del recuerdo...
Soy la misma
que refleja su imagen
en la memoria ajada
de los días.
La que adopta
una máscara idéntica
y repite el vestuario
de la escena.
La que viaja y regresa
por el mismo camino
hasta la orilla.
La que al cerrar los párpados
refleja sus sueños
en la pupila inerte
de la noche.
La que vive el amor y el desamor
y repite por siempre
la historia circular
del laberinto.
Labirinto
Como romper
a casca do tempo
enredada nas entranhas
do passado ...
Como sair, soltar as amarras
do espaço compacto
das recordações ...
Eu sou o mesmo
que reflito minha imagem
desbotada dos
dias.
A que adota
uma máscara idêntica
e repete o mesmo vestuário
em cena.
De viagem e de regresso
da mesma forma
à costa.
A que ao cerrar as pálpebras
reflete seus sonhos
nas pupilas inertes
da noite.
A que vive o amor e o desamor
e repete para sempre
a história circular
do labirinto.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
...Tu , lhes dirás......
Na mesa do Santo Ofício
Tu lhes dirás, meu amor, que nós não existimos.
Que nascemos da noite, das árvores, das nuvens.
Que viemos, amámos, pecámos e partimos
Como a água das chuvas.
Tu lhes dirás, meu amor, que ambos nos sorrimos
Do que dizem e pensam
E que a nossa aventura,
É no vento que passa que a ouvimos,
É no nosso silêncio que perdura.
Tu lhes dirás, meu amor, que nós não falaremos
E que enterrámos vivo o fogo que nos queima.
Tu lhes dirás, meu amor, se for preciso,
Que nos espreguiçaremos na fogueira.
Ary dos Santos
terça-feira, 28 de setembro de 2010
...Penelope ou.........
Penélope
Mais do que um sonho: comoção!
Sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.
E recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.
Mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.
David Mourão-Ferreira
Imagem retirada do Google
...ma chama de.........
As time goes by
Meu bem,
Me chama de Humphrey Bogart
Que eu te conto Casablanca.
Me tira esse sobretudo;
Sobretudo, conta tudo
Que eu te dou uma rosa branca.
Meu bem,
Me chama de Humphrey Bogart...
Te dou carona em meu carro
Chevrolet — que sou bacana;
Te levo, meu bem, pra cama
Fumamos nossa bagana;
Te provo que sou sacana...
Te faço toda a denguice:
Te dispo que nem a Ingrid,
Te dou filhos de montão
Só pra te ver sufocar...
Mas me chama de Humphrey Bogart!
Faço chover colorido
Como num bom musical.
Te chamo de Lauren Bacall!
Te danço, te canto, te mostro,
Entre as pernas, meu bom astral...
Te deixo pro enxoval
Meu chapéu preto de gangster,
Mil poemas de ninar...
Só pra te ouvir sussurrar:
Como te amo, meu Humphrey Bogart!
Tanussi Cardoso
hoje deu-me para isto...
Maçã-do-amor
Abrir pétalas com
a língua
explorar
seus cheiros e sabores
levar seu néctar
para além desse momento
para colmeias
perdidas no inconsciente
nos momentos em que
nada valer a pena
ou quando você não estiver
mais presente
minha língua
lamberá a lembrança
como lambemos aquela
maçã-do-amor
lembra-se?
Carlos Alberto Pessoa Rosa
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
...imaginando...rsrsrrs
Lírica XVII
Amada amada
porque suplicaste
que eu lançasse o meu esperma
contra o negro capim?
Avisaste-me é certo
que apenas te poderias dar
quando a lua furtiva se ocultasse
atrás das montanhas
Mas por um instante
imaginei loucamente
que fosse um acesso de romantismo.
João Melo
domingo, 26 de setembro de 2010
...De: Cristina Maya.
Divagación
Cristina Maya
Voy por tu piel desnuda
alcanzando tus manos que diluyen las horas,
acercando mis ojos a tus sueños,
dibujando tu frente, tu mirada,
súbitamente recobrándote.
Comienzo a oír tu voz ahora,
a algún país lejano perteneces,
dueño de alguna embarcación perdida,
así te siento....
Ahondo mi corazón en tu latido,
distante estás del mar soñado
Y a mi orilla te acoges dulcemente.
Devaneios
Eu vou por tua pele nua
atingindo tuas mãos que diluem as horas
aproximando meus olhos de teus sonhos,
desenhar teu rosto, teus olhos,
subitamente recuperando-te.
Começo a ouvir a tua voz agora,
a algum pais distante pertences,
proprietário de algum barco perdido
assim me sinto ....
Afundando o meu coração em teu chamado,
distante estais do mar sonhado
E a minha praia te acolhe docemente.
sábado, 25 de setembro de 2010
...rosas com amor......
Sonhei com lindas pétalas de rosa!...
Viajei pela Via Láctea com teu olor...
Embebi-me nos versos e nas prosas,
Uma emoção invadiu-me: - Suave ardor!
Encontrar-te-ei, imagem majestosa!
Tenho uma visão terna! - Cheia de amor!
Estou em ti, minha estrela graciosa
Meu coração saltita! – Um beija-flor!
No “trailer” do filme: - Ah! Teu (meu) perfume!
Do teu longa-metragem fiz meu lume
Tenho comigo o teu riso feliz!
Tuas mãos nos meus cabelos! - Que carícia!
Tua luz se destaca na tez macia:
— Descrevo, amor, o momento feliz!
Machado de Carlos
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Sexta-feira, Setembro 24, 2010
Noite de sonhos voada
Noite de sonhos voada
cingida por músculos de aço,
profunda distância rouca
da palavra estrangulada
pela boca armodaçada
noutra boca,
ondas do ondear revolto
das ondas do corpo dela
tão dominado e tão solto
tão vencedor, tão vencido
e tão rebelde ao breve espaço
consentido
nesta angústia renovada
de encerrar
fechar
esmagar
o reluzir de uma estrela
num abraço
e a ternura deslumbrada
a doce, funda alegria
noite de sonhos voada
que pelos seus olhos sorria
ao romper de madrugada:
— Ó meu amor, já é dia!...
Manuel da Fonseca
Imagem retirada do Google
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
...vontade doce....
..tu eras a.....
Barco transparente
Em indecisos traços
Adivinhando
Ais libidinosos
No sexo da água
Em que me torno
Ousada ondulada bela
Quis-te tanto que gostei de mim!
Tu eras a que não serás sem mim!
Vivias de eu viver em ti
e mataste a vida que te dei
por não seres como eu te queria.
Eu vivia em ti o que em ti eu via.
E aquela que não será sem mim
tu viste-a como eu
e talvez para ti também
a única mulher que eu vi!
Almada Negreiros
Um soneto de amor.....
Meu amor! Seu amor pra mim é tudo!
Bem mais, do que eu imaginava ter.
Tu és pra mim, tudo neste mundo!
Tu és, a razão do meu viver.
Tu és , quem me norteia: Me completa!
Meu grande elo entre o céu e a terra...
Tens meu amor! Dele eu sou repleta,
Tu és, quem com flores ganha a guerra!
E assim te amarei a vida inteira.
Pois tu és, oh! Minha companheira,
A quem eu amo tanto e sem fim...
E ao teu encontro eu hei de seguir,
E deste sonho, não partir,
Versando o amor, num soneto assim...
(Elciomoraes / Reggina Moon)
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
..cadê o amor ????
Onde estás amor?
Por que todos lhe têm
e eu não?
Serei eu o culpado,
o insensível, o equivocado?
Ou então, um egoísta,
um artista, um sem-compaixão;
aquele, que se auto-engana,
que só ama com o corpo
e nunca com o coração?
Será que morrerei
sem o conhecer,
sem o saborear,
enfim, sem o vivenciar?
Quão... Preciso de você!
Vem, amor, se achegue;
anseio-te, me aconchegue.
Não se oculte desse romântico;
quero ouvir o seu cântico,
a me levar e elevar.
Amor...
Queira-me como eu lhe quero
e permita-me vir a ser feliz,
bem sabes que só tive paixões,
mas foi a ti que eu sempre quis!
Antônio Poeta
..no teu olhar................
terça-feira, 21 de setembro de 2010
..vem comigo......
Carta (Esboço)
Lembro-me agora que tenho de marcar um
encontro contigo, num sítio em que ambos
nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma
das ocorrências da vida venha
interferir no que temos para nos dizer. Muitas
vezes me lembrei de que esse sítio podia
ser, até, um lugar sem nada de especial,
como um canto de café, em frente de um espelho
que poderia servir de pretexto
para reflectir a alma, a impressão da tarde,
o último estertor do dia antes de nos despedirmos,
quando é preciso encontrar uma fórmula que
disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É
que o amor nem sempre é uma palavra de uso,
aquela que permite a passagem à comunicação ;
mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,
de súbito, o sentido da despedida, e que cada um de nós
leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio
ser, como se uma troca de almas fosse possível
neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e
me peças: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas
vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,
isto é, a porta tinha-se fechado até outro
dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então
as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem
sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar
um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos
para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que
é também a mais absurda, de um sentimento; e, por
trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia
seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores
do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos
encontrar, que há-de ser um dia azul, de verão, em que
o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí
que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,
que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo
das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.
Nuno Júdice
Imagem retirada do Google
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
...naufragio...............
Nos mares do teu corpo naufraguei
E naufraguei nos mares do teu corpo
Desci em águas profundas, profundas
Onde não havia peixe ou luz
E tudo era tão escuro, tão escuro
Que apenas quando pousei vi
Que nunca mais saíria dali
Que ali estava a paz que buscava
E, enquanto as buscas se perdiam
Naufragado em ti me encontrava
Cumprindo meu destino de morrer de amor.
muita verdade.....
O Segredo
O segredo está no amor,
é evidente,
mas também em sabermos
afastar do nosso convívio
o que não presta.
Só quem se libertou
do medíocre e do vazio
poderá ser feliz.
Torquato da Luz
Foto:Christian Coigny
,,sinto teu cheiro....
Beleza perfumada....
Sinto teu cheiro no meu verso
Oh esse odor que se faz poema,
Perfume de teu corpo, meu tema
Em poesia de amor, me submerso!
Oh musa, encanto do universo
Mergulho em ti, no doce olhar
Cantando meu doce amor, no amar
Te amando o amor mais diverso!
Desenlaço o entrelaço do amor
Que vem entrelaçado no coração
Com meu ardente verso sedutor...
Invadindo no teu corpo a paixão
Te sentindo no poema esplendor,
Na poesia carregada de sedução!
Loucopoeta
Sinto teu cheiro no meu verso
Oh esse odor que se faz poema,
Perfume de teu corpo, meu tema
Em poesia de amor, me submerso!
Oh musa, encanto do universo
Mergulho em ti, no doce olhar
Cantando meu doce amor, no amar
Te amando o amor mais diverso!
Desenlaço o entrelaço do amor
Que vem entrelaçado no coração
Com meu ardente verso sedutor...
Invadindo no teu corpo a paixão
Te sentindo no poema esplendor,
Na poesia carregada de sedução!
Loucopoeta
Chegaste em minha vida
como uma janela aberta
numa casa vazia e triste.
domingo, 19 de setembro de 2010
...De : trapiello...................
El árbol de la ciência
Andrés Trapiello
Dicen, mi amor, que es imposible hacer
versos de amor feliz, de enamorado,
que sólo lo perdido o no alcanzado
se canta en la poesía, el padecer
olvido o el sufrimiento de volver
al recuerdo de todo lo pasado.
Unas veces la sed de lo vedado;
otras, el vino del amargo ayer.
No hagas caso, mi amor, habladurías.
Contigo todas mis melancolías
son ramas escarchadas en anís
donde se posa un pájaro de nieve.
Escúchale cantar tan hondo y breve.
Que no te engañe su plumaje gris.
"Acaso una verdad" 1993
A arvore da ciência
Dizem, meu amor, que é impossível fazer
versos de amor feliz, de enamorado,
que só o perdido ou o não alcançado
se canta na poesia, o padecer
esqueço ou é o sofrimento de voltar
a recordar de todo o passado.
Às vezes, a sede do que é proibido;
outro, o vinho amargo já provado.
Não faça caso, meu amor, só são fofocas.
Como todos os blues tristes que tocas
são ramos de erva-doce cristalizados
onde pousa um pássaro de neve.
Ouça-o cantar tão profundo e breve.
Que na plumagem cinza não tenha os olhos enganados.
sábado, 18 de setembro de 2010
Bom fim de semana ás pessoas que comentam e ás " outras que me espreitam..."
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
De: Fernando Pessoa " o eu profundo "
" Descobri que a leitura
é uma forma servil de sonhar.
Se tenho de sonhar,
porque não sonhar
os meus próprios sonhos ? "
NO MEU OLHAR ESTOU AUSENTE, NADA ME PRENDE
Sexta-feira, Setembro 17, 2010
Tu e Eu meu amor
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Nua a mão que segura
outra mão que lhe é dada
nua a suave ternura
na face apaixonada
nua a estrela mais pura
nos olhos da amada
nua a ânsia insegura
de uma boca beijada.
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Nu o riso e o prazer
como é nua a sentida
lágrima de não ver
na face dolorida
nu o corpo do ser
na hora prometida
meu amor que ao nascer
nus viemos à vida.
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Nua nua a verdade
tão forte no criar
adulta humanidade
nu o querer e o lutar
dia a dia pelo que há-de
os homens libertar
amor que a eternidade
é ser livre e amar.
Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.
Manuel da Fonseca
Imagem retirada do Google
SILÊNCIO
Ei! não ouviste o silêncio do vento...
Que se expressa no farfalhar das folhas
Tu não percebes que emudeceu minha voz
Secaram em minha boca todos os cantos
Ei! Mas se tu pedes, eu o romperia...
Pra ver teus lábios abrirem num sorriso
E teus olhos cheios de espanto me fitarem
Pois ao fim de teu silêncio meu amor eu gritaria
Ei! Mas que vale tanto sentir...
Desfolho-me em dores e teu semblante não muda
Quisera ser eu esse que em teu sonho acalentas
Para ofertar-te o ósculo do mais puro prazer
Ei! Mas após dizer-te isso tudo...
Vou agora pra longe nas asas do vento
À espera que outra paisagem meu olhar se alegre
Mas agora, só o leve murmúrio do tempo
tal qual uivo de dor que me sopra: silêncio, silêncio...
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
...De : Maria Sanz...............
Argonauta
Intrépido muchacho
aquél... Buscó mi templo
entre cientos de islas
para verme de cerca,
por saber si era cierto que yo estaba
desnuda entre unas míticas columnas
cuyo blancor se alzaba sobre el índigo
sereno de las olas.
Bello muchacho aquél... Rozó mis piernas
que ardían con el sol, tentó mi talle
ceñido por la brisa, y en mis manos
sus dorados cabellos se prendieron.
Dulce muchacho aquél... Llegó a dormirse
junto a mi pedestal, mas con el alba
-siempre hay un alba-, regresó a su nave.
Nunca se han explicado los arqueólogos
estas huellas extrañas
en mi cuerpo de mármol.
Argonauta
Rapaz corajoso
aquele ... que procurou meu templo
entre centenas de ilhas
para me ver de perto,
para saber se era verdade que eu estava
nua entre umas míticas colunas
cuja brancura se alçava sobre o índigo
sereno das ondas.
Belo rapaz aquele ... Roçou minhas pernas
que ardiam com o sol, mediu meu tamanho
cingido pela brisa, e em minhas mãos
seu cabelos dourados se prenderam.
Doce rapaz aquele ... Chegou a dormir
junto ao meu pedestal, mas, com o amanhecer
-sempre há um amanhecer, voltou ao seu navio.
Nunca foi explicado pelos arqueólogos
estas marcas estranhas
no meu corpo de mármore.....
Intrépido muchacho
aquél... Buscó mi templo
entre cientos de islas
para verme de cerca,
por saber si era cierto que yo estaba
desnuda entre unas míticas columnas
cuyo blancor se alzaba sobre el índigo
sereno de las olas.
Bello muchacho aquél... Rozó mis piernas
que ardían con el sol, tentó mi talle
ceñido por la brisa, y en mis manos
sus dorados cabellos se prendieron.
Dulce muchacho aquél... Llegó a dormirse
junto a mi pedestal, mas con el alba
-siempre hay un alba-, regresó a su nave.
Nunca se han explicado los arqueólogos
estas huellas extrañas
en mi cuerpo de mármol.
Argonauta
Rapaz corajoso
aquele ... que procurou meu templo
entre centenas de ilhas
para me ver de perto,
para saber se era verdade que eu estava
nua entre umas míticas colunas
cuja brancura se alçava sobre o índigo
sereno das ondas.
Belo rapaz aquele ... Roçou minhas pernas
que ardiam com o sol, mediu meu tamanho
cingido pela brisa, e em minhas mãos
seu cabelos dourados se prenderam.
Doce rapaz aquele ... Chegou a dormir
junto ao meu pedestal, mas, com o amanhecer
-sempre há um amanhecer, voltou ao seu navio.
Nunca foi explicado pelos arqueólogos
estas marcas estranhas
no meu corpo de mármore.....
...caminheiro da vida.....
Sou caminheiro da vida
sou beija-flor
com o coração pleno de amor
em busca da mais bela flor...
Sou livre pensador
lapidando as asperezas
existentes em meu interior...
Transmutando meu ego
Essencia Material
na mais pura
Essencia Espiritual...
Um Alquimista em potencial
laborando a força mental
verdadeira pedra filosofal...
Minha alma é imortal
Templo universal...
Sou neófito da vida
sou eterno aprendiz
é a vida quem diz...
Adoro e venero o Arquiteto
Divino Pai Criador
e falo com muito amor...
Sou poeta, sou pensador
caminheiro da vida
com muito louvor
na senda da
Luz, Vida e Amor!
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
...Teus poros.....
terça-feira, 14 de setembro de 2010
...braile
Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.
Nuno Júdice
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
...e ainda Zaid.....
Nacimiento de Venus
Gabriel Zaid
Así surges del agua,
clarísima,
y tus largos cabellos son del mar todavía,
y los vientos te empujan, las olas te conducen,
como el amanecer, por olas, serenísima.
Así llegas de pronto, como el amanecer,
y renace, en la playa, el misterio del día.
Nascimento de Venus
Assim surges da água,
muito clara,
e os teus longos cabelos são ainda do mar, todavia,
e os ventos te empurram, as ondas vão te levar,
como a aurora, por ondas, sereníssima.
Então, chegas de repente, como a aurora,
e renasce na praia, o mistério do dia.
Ilustração: Gustave Moreau
Ainda , Angel Cruchaga....
Amada mia
Angel Cruchaga
Amada mía, amada en tiempos del primer arco iris
o allá en la creación junto a las primeras alas.
Desde la sangre de mi madre hacia ti vuelvo mi rostro.
Las abejas de mis almendros vuelan en torno de tus ojos.
Mi corazón, saeta gastada de noche en el cielo
atraviesa la paloma del día para borrarse en tu voz.
Alargas en tus ojos los hondos paralelos
mientras la mañana se eleva de tus brazos.
Te llevaré en la ola de mis venas
así como el cielo lleva su largo temblor de pájaros.
La tierra gira, mi amiga, en un rincón de tus ojos.
El viento distancia estrellas detrás de tu cabellera.
Amada minha
Amada minha, amada nos tempos do primeiro arco-íris
ou além na criação junto as primeiras asas.
Desde o sangue da minha mãe até ti volto meu rosto.
As abelhas de minhas amendoeiras voam em volta de teus olhos.
Meu coração, parafuso desgastado de noite no céu
atravessa as asas do dia para desvanecer-se na tua voz.
Alargas nos teus olhos os profundos paralelos
enquanto a manhã se eleva nos teus braços.
Te levarei nas ondas de minhas veias
assim como o céu leva pelo tempo o largo tremor de pássaros.
A Terra gira, minha amiga, num pedaço de teus olhos.
O vento vai afastando as estrelas por trás de teus cabelo
De : Cruchaga....
Momento melodioso
Angel Cruchaga
Eres sobre mi vida
una suave canción de ojos azules.
Nunca sabrás que soy como una llama
que besa agudamente tus cabellos.
En mi silencio quedarás dormida,
clara y azul como un jazmín de oro.
Aquietaré todo rumor del mundo
para que tengas el perfil sereno
sobre el espejo turbio de mi vida.
¡Pasarás como un canto
que va en puntillas para no morir!
Momento melodioso
Eras na minha vida
uma suave canção de olhos azuis.
Nunca saberás que sou como uma chama
que beija agudamente teus cabelos.
No meu silêncio ficará adormecida,
clara e azul como um jasmim de ouro.
Aquietarei todo rumor ao redor do mundo
para que tenhas o perfil de sereno
no espelho obscuro da minha vida.
Passarás como uma canção
indo na ponta dos pés para morrer!
e o coração fala pelo " olhar .."
Amando a Lua
O sonho é uma verdade nua
Pintado de rosa
Como a imensidão da prosa.
O sentido encontra as razões
Mais sensíveis e profundas
No emaranhado das emoções
Canções povoam a auréola das estrelas
Sedutoras fontes incandescentes
Içam-se as velas transparentes
Navega-se pelos reflexos inspiradores
Captando aromas da brisa sensual
E descobre-se a linha harmoniosa do poente...
Amando na lua
O vento liberta os gestos
Os sentidos tornam-se modestos
O azul brilha nas palavras
E o coração fala pelo olhar.
Jorge Viegas
Foto:Christian Coigny
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