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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

............... Dizzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

 Diz-me o teu nome ...

Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão
com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem, irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o lençol da neve com os
sinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,
como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro - assim conquista o vento
o tímpano das grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E, antes de partires, pousa-o
nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se derrete na boca e arde
como a primeira menta da infância.
Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo - um nome sim.
Maria do Rosário Pedreira




1 comentário:

mariferrot disse...

Um nome é pedra vulgar, só serve para comparar, rouba alegria causa tristeza e muitas vezes atropela a simplicidade, a beleza e a Paz do carácter único que coube a cada um desde o início do império humano !!!...


Beijo Conde