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segunda-feira, 10 de maio de 2021

Helena Guimarães

 




 

 

AUSÊNCIA

 

 

Morro de ausência,

do veneno do nada.

 

Ave de infinito

na rocha parada

a olhar sem vontade

o horizonte.

Garras de impotência,

a saudade num grito

de silêncio, construído

de lágrimas de memória,

com o mar ali de fronte.

Forma pelos dedos

desenhada

de um sonho tornado

efémero, sem glória.

A beleza de um hino

que preencheu a vida,

rompeu  em segredo

as fronteiras do corpo,

bebeu o divino

e se fez vazio;

 

um vazio de ausência

em que sem sentido

morro do veneno do nada.


Helena Guimarães





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