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segunda-feira, 10 de maio de 2021

Helena Guimarães

 

INSONIA


 

 

Nas noites de insónia

converso contigo.

Questionas a eito

com esse teu jeito.

e eu, como a um amigo,

confio-te ainda

os meus pensamentos,

partilho momentos.

Analisas  meus medos,

escutas  segredos,

mas não vês o rio

que corre pelas faces,

nem sentes o frio

da falta do abraço.

Este ténue laço

de que tenho uma ponta,

solitária e tonta,

flutua a outra no espaço

sem tua mão, sem teu calor.

Porque nos perdemos, amor?


Helena Guimaraes





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