Não sei porquê lembrei-me deste outro belo - bem mais belo - poema do nosso poeta impressionista, Cesário Verde (1855 - 1886)
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segunda-feira, 31 de maio de 2021
Cesário Verde (1855 - 1886)
Névoa na Paulista
Névoa na Paulista
No meio da multidão
estamos sós.
Talvez me procures nos céus,
numa matutina estrela,
enquanto tento alcançar a tua mão
de menina em vão
ainda que te carregue,
a vida inteira,
no meu coração.
Sim, tenho medo de perdê-la
na névoa da Paulista,
que me dá frio, calafrio.
E rio
de procurar te esquecer
quando sei que viver é te buscar
para mitigar a solidão,
que sempre teremos se ficar assim:
eu, tão distante de ti;
tu, tão distante de mim.
E as palavras sem dizer
o que os corpo dizem
nas carícias tão felizes.
Ilustração: Veja.
domingo, 30 de maio de 2021
................. Poesia....................
POESIA
Donika Kelly
sábado, 29 de maio de 2021
Poeminha dos teus olhos
Poeminha dos teus olhos
Que é frágil a vida,
Bem sei, pois, temo tudo.
Mas, cheia de beleza,
Quanto mais te estudo.
Ó minha amiga, de olhos de mar,
de olhos que são dois céus,
que, nas carícias são, oceanos de veludo,
mais percebo que te amar é tudo
e tudo quero e quero tudo
até nos teus olhos me afogar
única forma possível de sonhar.
Ilustração: Pintarest.
sexta-feira, 28 de maio de 2021
Jean Gabin
Agora Eu Sei
eu falava muito alto para parecer um homem…
Eu dizia: eu sei, eu sei, eu sei, eu sei.
Era o começo da Primavera mas quando eu fiz
Dezoito anos
Eu disse: eu sei, aí está, desta vez, eu sei.
E hoje, nos dias em que volto observo a terra onde andei de um lado para o outro e ainda não sei como ela gira.
Aos vinte e cinco anos, eu sabia tudo: o amor, as rosas, a vida, os tostões.
Ah, sim, o amor! Eu tinha dado a volta toda
E infelizmente, como os colegas, eu não tinha comido todo o meu pão.
No meio da minha vida eu ainda aprendi.
O que eu aprendi cabe em três ou quatro palavras:
- No dia em que alguém te ama, faz um tempo muito bonito;
- Não posso dizer melhor: Faz um tempo muito bonito!
É o que ainda me admira na vida, eu que estou no Outono da minha vida:
- A gente esquece tanta noite de tristeza mas jamais uma manhã de ternura.
Em toda a minha juventude eu quis dizer “eu sei”.
Só que, quanto mais eu procurava, menos eu sabia.
Sessenta batidas que soavam no relógio. Ainda estou à minha janela. Olho e me pergunto:
- Agora eu sei. Eu sei que nunca se sabe!
A vida, o amor, o dinheiro, os amigos e as rosas.
Nunca se sabe o ruído nem a cor das coisas.
É tudo o que eu sei!
…Mas isso, eu sei.
Jean Gabin
"" R y k @ r d o ""
As cores de um beijo
...................
"" R y k @ r d o ""
Luís Vaz de Camões, in " Sonetos "
quinta-feira, 27 de maio de 2021
APELINHO AO CORONAVÍRUS
APELINHO AO CORONAVÍRUS
O que sei de ti, vírus insensível,
é que levarás muitos de nós
(espero que não os muito próximos
que já perdi amigos demais).
Sei que és feroz
na forma como te disseminas,
no afã com que as forças eliminas
dos mais frágeis.
Sei que de nada
adianta o mero isolamento.
És um inimigo implacável, solerte,
que aguarda o exacto momento
para realizar tua captura
e se multiplicar pelas criaturas.
É o teu meio de sobreviver
(não censuro o que faz parte da natureza)
mas, espero, víruszinho esperto
que, no Brasil, aja certo
e cumpra tua tarefa sendo ameno.
Por favor, seja ligeiro,
e, pelo menos uma vez,
o número de mortos
deixe por menos!
Ilustração: Outras Palavras.
quarta-feira, 26 de maio de 2021
Hamilton Ramos Afonso
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