Boca para ler para abrir e devorar
pernas para lamber fluindo como as colinas do olhar
Boca pra o meio-dia solar
pernas para correr sob os arcos das montanhas
Boca para lábio a lábio língua a língua ler
Ventre retirado para sentir a fuga viva vir para a frente
Púbis para a espiga alta e pulsante soluçar
Catre rubro e suave para adormecer acordado
aí onde o sim diz a água do sim
terra que bate e bate lenta forte e doce
olho de água olho de terra abrindo e dando
António Ramos Rosa
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