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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

rui amaral mendes









errâncias ...

escrevo a destempo

das verdades que me habitam.
conjugo sujeito, predicado
complementos

unicamente nos momentos

em que substantivos e verbos
adjectivos e pronomes
palavras isoladamente neutras

se alinham

como astros num imenso cosmos
para conferir cor ao fogo que
carrego.

se silêncios entrego

não os cuides vazios:
permanece densa ensurdecedora
a verdade da essência que carregam.

a matéria do poema, sabes!,

são palavras que desejo livres
da ditadura das grilhetas
vazias das circunstâncias,

celebrando a errância de alma minha

por dentro de veredas tuas,
temendo apenas o caos
que sobrevirá à tua ausência.


rui amaral mendes in a noite o sangue [2016] ©


Foto de Antonio Maria.

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