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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

rui amaral mendes

















são inefáveis
as apneias
geradas pela tua ausência
nas horas de escuridão junto ao mar

mas nas memorações da foz de um
rio dourado pelos afectos
rejeito a natureza inconcreta das coisas
ou a ausência de densidade por dentro do peito

digo-te: não são diáfanas
as memórias reflectidas de dentro de mim
são projecções que me dás por companhia:
uma forma de respiração assistida

espectros
que me acompanham

prova da intemporalidade
dos instantes que nos
uniram na sempre indelével
sensação de um toque na alma



rui amaral mendes in a noite o sangue [2016] ©

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