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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

rui amaral mendes in a noite e o sangue [2016]








acordares...
fazem-me falta esses primeiros momentos 

em que sinto o teu olhar 
repousando sobre mim 
ou tão só o meu perdido num lugar teu

acordares quotidianos,

ontológicos.
o homem e a dimensão 
evanescente dos seus mitos.

digo-te: os despertares são 

instantes dilatados em que 
as expressões mais puras da alma 
ganham densidade

e o tempo a teu lado ganha outra dimensão, 

torna-se tangível os horizontes do tempo
mimetizando a linha longínqua de 
um vasto oceano que calmamente navegamos.

sim! assim é o horizonte da nossa partilha: 

(per)sentindo-lhe a essência, 
ignoramos-lhe os limites, 
redefinidos numa interminável reconfiguração óptica

uma realidade inconcreta 

assente numa lógica onde tempo e espaço se diluem, 
enquanto ousarmos reclamar nosso 
o desafio de lhe navegarmos as águas.



rui amaral mendes in a noite e o sangue [2016]  


Foto de Antonio Maria.

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