acordares...
fazem-me falta esses primeiros momentos
em que sinto o teu olhar
repousando sobre mim
ou tão só o meu perdido num lugar teu
acordares quotidianos,
ontológicos.
o homem e a dimensão
evanescente dos seus mitos.
digo-te: os despertares são
instantes dilatados em que
as expressões mais puras da alma
ganham densidade
e o tempo a teu lado ganha outra dimensão,
torna-se tangível os horizontes do tempo
mimetizando a linha longínqua de
um vasto oceano que calmamente navegamos.
sim! assim é o horizonte da nossa partilha:
(per)sentindo-lhe a essência,
ignoramos-lhe os limites,
redefinidos numa interminável reconfiguração óptica
uma realidade inconcreta
assente numa lógica onde tempo e espaço se diluem,
enquanto ousarmos reclamar nosso
o desafio de lhe navegarmos as águas.
rui amaral mendes in a noite e o sangue [2016]
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