Carlos Bousoño
Yo iba contigo. Tú con tristes ojos
parecías la tarde en la mañana.
Mi amor, al verte triste, atardecía.
Atardecía, pero alboreaba.
Pues yo te quise más. Para alegrarte,
la luz del mundo celebré más ancha.
Y mi alma entonces exhaló el perfume
agreste y fresco que madruga y canta.
Como el jilguero su garganta oprime
en donde suena una experiencia humana,
se escuchaban arrullos, liras, voces,
atambores, venturas, violas, arpas.
Y el mundo era el sonido no vivido
que en mi interior vivía y resonaba.
EU IA CONTIGO
Eu ia contigo. Tu com os olhos tristes
parecias a tarde na manhã.
Meu amor, ao ver-te triste, entardecia.
Entardecia, porém, amanhecendo.
Pois, eu te queria mais. Para alegrar-te,
à luz do mundo celebre, mas, feliz.
E minha alma, então, exalou o perfume
Agreste e fresco que madruga e canta.
Como o pássaro sua garganta oprime
onde sonha uma experiência humana
se escutavam arrulhos, liras, vozes,
tambores, venturas, violas, harpas.
E o mundo era o som não vivido
Que, em meu interior, vivia e ressoava.
Ilustração: Tina Carvalhaes
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