POEMA PARA O NOVO TEMPO
Circulei pelas ruas sedosas
com sístoles de amor e desejo
e espasmos de ansiedade
...
No meu jardim árido e descolorido
os meus olhos atravessam a cegueira
do deserto que transporto
e suporto o ruido das horas ausentes
na ventania das palavras gastas de tempo
Nas estepes da minha solidão
prefiro o carinho das palavras mudas
refaço no sussurro de novos tempos
asas de outras sombras
sem a máscara dos desenganos
onde os pecados de amor se vão expiando
Agora o tempo é apenas tempo
passagem entre mim e o outro
onde vida é sobrevivência imposta
na ponte de tédio que me cerca
©António Sem
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