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terça-feira, 16 de junho de 2015

são reis


Queria voltar aos teus abraços
 ao rio feito corpo que eu conheço
 à pedra toque do teu olhar
 às tuas mãos feitas algas
 que me curavam todas as feridas

 Queria voltar à terra que me viu nascer
 ao baloiço que me acompanhou
 à escola que me ensinou
 ao chão que me viu crescer
 Queria morrer de novo para voltar
 quem sabe me acolherias
 e de novo descobririas
 essa estranha forma de amar
 que se sustenta no vazio
 que aquece quem tem frio
 e silente se arrasta
 que goteja na pele
 e a desgasta
 que ama sem tocar
 que vai ardendo devagar
 sonhando contigo
 Estranha canção essa de amigo
 inefável refrão
 que de tão verdadeiro
me tira a razão
 por inteiro
 Queria voltar a esse olhar
 que tão bem me conhecia
 que me via
 sem me ver
 e me amava sem me ter
 E queria...oh como queria....
 regressar atrás no tempo
 e dizer-te como lamento
 ter inibido os meus abraços
 e não te ter mostrado
 como deveria
 que também se rezam avé-marias
 e se suplica a esperança
 mesmo quando o abraço amado
 não passa de um sonho
mal sonhado
 no nosso olhar ainda criança!...


 são reis   




1 comentário:

Fatima maria disse...

E queria...oh como queria....
regressar atrás no tempo
e dizer-te como lamento
ter inibido os meus abraços
e não te ter mostrado
como deveria
que também se rezam avé-marias
e se suplica a esperança
mesmo quando o abraço amado
não passa de um sonho
mal sonhado
no nosso olhar ainda criança!...

Como sempre muito bonito,bjinho D.Juan