manhã bonançosa e primaveril
num tempo qualquer
espraio-me ociosamente sobre o leito
onde observo o corpo nu
que repousa placidamente junto ao meu
onde observo o corpo nu
que repousa placidamente junto ao meu
dormes
teus pés
âncoras de barco em porto de abrigo
anseiam um contacto epidérmico
assegurando um amor que se quer presente
âncoras de barco em porto de abrigo
anseiam um contacto epidérmico
assegurando um amor que se quer presente
nas minhas córneas reflecte-se
o dorso curvilíneo
evocando a forma do glaciar consumido
no calor da miríade sensorial
em que nos perdemos e nos encontramos
o dorso curvilíneo
evocando a forma do glaciar consumido
no calor da miríade sensorial
em que nos perdemos e nos encontramos
rosto de menina carente em voluptuoso corpo
a beleza idiossincrática de todas as infâncias
convertida numa quas’infância
de todas as belezas do porvir
a beleza idiossincrática de todas as infâncias
convertida numa quas’infância
de todas as belezas do porvir
a luz que entra a esparsos pela janela
vem depor-se sobre suaves madeixas onduladas
repousando sobre tronco esguio
onde minha boca se perde em beijos que
me deixam o travo da tua pele
vem depor-se sobre suaves madeixas onduladas
repousando sobre tronco esguio
onde minha boca se perde em beijos que
me deixam o travo da tua pele
meus dedos percorrem levemente
os vales do teu corpo
os vales do teu corpo
eis que abres os olhos
que doces dizem: “vem!”
que doces dizem: “vem!”
aninho-me em ti
deixando-me envolver pelo calor
que emana de teu corpo
deixando-me envolver pelo calor
que emana de teu corpo
nós dois entrelaçados
difícil descobrir limites de cada um
difícil descobrir limites de cada um
que importam limites físicos
na plenitude perene a que nos entregamos
na plenitude perene a que nos entregamos
Rui Amaral Mendes [pleroma]
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