nenhum barco regressou antes ou depois do teu
a noite azedou o vinho adocicado dos deuses
sem que um suspiro estalasse
na penumbra azul dos dias que te evocam
é tarde
estou doente no milénio que finda
as grandes rotas da paixão aborrecem-me
outro corpo magoa o esquecimento do meu
tenho a saudade duma mão sobre o rosto
a melancolia dos olhos afogados
mas nunca pedi à morte um pano limpo
para vender ou polir o âmbar dos teus
estou doente no milénio que finda
as grandes rotas da paixão aborrecem-me
outro corpo magoa o esquecimento do meu
tenho a saudade duma mão sobre o rosto
a melancolia dos olhos afogados
mas nunca pedi à morte um pano limpo
para vender ou polir o âmbar dos teus
resta-me este texto antigo deserto de asas
sobre a pele mordida pelas cinzas do voo
as horas como feridas de aguçados dentes
onde tremem alguns corpos que foram meus
sobre a pele mordida pelas cinzas do voo
as horas como feridas de aguçados dentes
onde tremem alguns corpos que foram meus
Al Berto
Sem comentários:
Enviar um comentário