nas palavras lavo os panos tristes
que ao fim de uma estação retêm agora
a sensação dos dias, o lume dos passos.
sinto que é um outro tempo,
um outro jeito de dobrar esquinas,
um outro modo de pisar a terra
- é tudo isto comprimido num pulso,
cingido dentro de veias como pequenas vozes
mudadas em canções ao acordar o ano.
vem, vem comigo, neste magnífico nascimento,
ouvir bater a espuma no cinzento das rochas,
e deixar passar as horas como quem flutua
à tona do tempo, inteiramente mergulhado no mundo
- vem dormir sob o luminoso manto da lua.
hei-de dizer-te um dia
como se escolheu a cor do mar.
Vasco Gato
1 comentário:
Nunca se regressa igual, aos lugares onde nos demorámos, e de onde um dia partimos... Bjo
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