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quinta-feira, 2 de junho de 2022

Nuno Jùdice

 

Photo: Man Ray
















Como as rosas selvagens, que nascem 
em qualquer canto, o amor também pode nascer 
de onde menos esperamos. O seu campo 
é infinito: alma e corpo. E, para além deles, 
o mundo das sensações, onde se entra sem 
bater à porta, como se esta porta estivesse sempre 
aberta para quem quiser entrar. 

Tu, que me ensinas o que é o 
amor, colheste essas rosas selvagens: a sua 
púrpura brilha no teu rosto. O seu perfume 
corre-te pelo peito, derrama-se no estuário 
do ventre, sobe até aos cabelos que se soltam 
por entre a brisa dos murmúrios. Roubo aos teus 
lábios as suas pétalas. 

E se essas rosas não murcham, com 
o tempo, é porque o amor as alimenta.


Nuno Júdice

1 comentário:

mariferrot disse...

Rosas belas e espinhosas porém sempre cheirosas, sedutoras e ternurentas são recados de paixão, de amor no coração e de alma que pulsa de emoção!!!...


Beijo Conde