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quarta-feira, 29 de junho de 2022

por Sofia Loureiro dos Santos, em 07.06.22

 por Sofia Loureiro dos Santos, em 07.06.22

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Ivan Djidjev

 

Nesta carta que te escrevo

Com tantas letras de espanto

Abro os dedos com enlevo

Como os versos que te canto

 

Mas a voz que me emudece

Numa angústia esculpida

Confiança que estremece

Como folha ressequida

 

Não aprende a esvoaçar

Enfrentando a ventania

Que pressinto nesse olhar

Que desfaz a poesia

 

Recolho então de mansinho

E dissolvo-me no ar

Das palavras faço um ninho

No vazio que é amar


Sofia Loureiro dos Santos



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