por Sofia Loureiro dos Santos, em 07.06.22
Nesta carta que te escrevo
Com tantas letras de espanto
Abro os dedos com enlevo
Como os versos que te canto
Mas a voz que me emudece
Numa angústia esculpida
Confiança que estremece
Como folha ressequida
Não aprende a esvoaçar
Enfrentando a ventania
Que pressinto nesse olhar
Que desfaz a poesia
Recolho então de mansinho
E dissolvo-me no ar
Das palavras faço um ninho
No vazio que é amar
Sofia Loureiro dos Santos