Foto: Peter Bowers |
Serão precisos remos pra chegar
à fixidez de azeite onde se aporta,
onde se para, onde se tara e corta,
ao porto morto para se fundear
no fundo denso onde não há sossego
que não é o da pedra ou o do cuspo
que sobre ela se poise, onde sem custo
por sob o mar se surpreende o pego?
Serão precisos remos? Navegar
é linha que se segue qual retorta
de alambique de timon cegoeiro,
e a carta em que se pode marear
é um branco fatal em rosto morto
entre os cais donde parto e a que chego.
Pedro Tamen
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