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sábado, 7 de maio de 2022

Miguel Torga

 POEMA

Miguel Torga
Não me perguntes, porque nada sei
Da vida,
Nem do amor,
Nem de Deus,
Nem da morte.
Vivo,
Amo,
Acredito sem crer,
E morro, antecipadamente
Ressuscitando.
O resto são palavras
Que decorei
De tanto as ouvir.
E a palavra
É o orgulho do silêncio envergonhado.
Num tempo de ponteiros, agendado,
Sem nada perguntar,
Vê, sem tempo, o que vês
Acontecer.
E na minha mudez
Aprende a adivinhar
O que de mim não possas entender.
Miguel Torga / Foto

Miguel Torga / Foto






1 comentário:

mariferrot disse...

Somos o que pensamos e não o dizemos e por isso muito mal nos conhecemos !!!...

Beijo Conde