Nunca tinha caído
de tamanha altura em mim
antes de ter subido
às alturas do teu sorriso.
Regressava do teu sorriso
como de uma súbita ausência
ou como se tivesse lá ficado
e outro é que tivesse regressado.
Fora do teu sorriso
a minha vida parecia
a vida de outra pessoa
que fora de mim a vivia.
E a que eu regressava lentamente
como se antes do teu sorriso
alguém (eu provavelmente)
nunca tivesse existido.
('Café Orfeu' de Manuel António Pina in 'Algo parecido com isto, da mesma substância')
1 comentário:
Sorriso, um fiel confidente que tantas dores encobre e tantas lágrimas enxuga, é o quadro que o sofrimento gosta de ter a servir como porta do seu esconderijo !!!...
Beijo Conde
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