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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Divagando...

 



                        Nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.





queria arranjar um fio bonito de palavras para te dizer o quanto gosto sentir
o teu atropelo na pele
a sabor e luz de primavera a entrar no verão
aquela fatia de momentos em que o tempo deixa fugir o passado e não sabe do futuro
e o teu peso é leveza, e eu a dizer-te ser peso bom e fica assim
a semear doce



Havia um filósofo medieval que dizia que todo o amor era peso. O ódio, curiosamente, parece ser muito menos pesado, porque não nos consome por inteiro, extingue-se facilmente à primeira derrota, à primeira humilhação. Ao primeiro fracasso. Podia pensar-se que o amor constitui a nossa derradeira e eterna libertação, mas estamos enganados, porque ele nunca se extingue, continua a fazer de nós escravos. É um erro comum, aliás; como é que se costuma dizer por aí? Que o amor liberta?
Desengana-te: o amor não é senão peso. É a coisa que com mais força nos prende a este mundo.

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