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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

José Agostinho Baptista








         

Photo: Lee Miller


























Vem,
deixa a marca dos teus pés sobre a
nudez do mármore,
abre o decote azul sobre os teus
frutos amadurecidos,
diz que são maçãs sem sombra de pecado,
lembra-te que nestas noites de Agosto a
lua te veste de branco
e sobre as suas pedras de luz passeiam
estranhos animais do Verão,
gargantas que entoam uma melodia
sem palavras, sem sentido,
vem,
ouve esse rumor cálido na raiz dos teus 
cabelos,
solta-os, deita-te, esquece tudo,
procura apenas o meu nome entre as cinzas.


José Agostinho Baptista

1 comentário:

mariferrot disse...

Marcas são ferros do tempo. são as dores mal passadas dos prazer violados !!!... <3

BJ CONDE