Amor tardio.
Tardiamente, no jardim sombrio,
tardiamente entrou uma borboleta
transfigurando numa manhã bonita
o deprimente anoitecer de estio.
E sedenta de mel e do rocio,
tardiamente no roseiral pousa,
pois, já se despojou da última rosa
com a primeira aproximação de frio.
E eu, que vou andando até o poente,
sinto chegar maravilhosamente,
como esta borboleta, uma ilusão;
porém, em meu outono de melancolia,
borboleta de amor, ao fim do dia,
sinto que tarde chegas ao meu coração ...
Ilustração: olhares.uol.com.br
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