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sábado, 5 de outubro de 2019

Eugénio de Andrade







POESIA
deita-te...
Entre os teus lábios 
é que a loucura acode, 
desce à garganta, 
invade a água.

No teu peito 
é que o pólen do fogo
se junta à nascente, 
alastra na sombra.

Nos teus flancos 
é que a fonte começa 
a ser rio de abelhas, 
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos 
é que a areia queima, 
o sol é secreto, 
cego o silêncio.

Deita-te comigo. 
Ilumina meus vidros. 
Entre lábios e lábios 
toda a música é minha.

Eugénio de Andrade

1 comentário:

mariferrot disse...

Poeta de perfil discreto, Senhor com Poesia de forte corrente erótica, dá-nos a entender que o amor nem sempre contempla que o amor também procura e que o amor nunca foi fácil !!!... Falar de Eugénio de Andrade é enumerar muitas distinções literárias como por exemplo o Prémio Camões !!!...

Bj Conde <3