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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Francisco Valverde Arsénio


Adormeci sobre este poema

inacabado,
esqueci as palavras
antes de o sonho me embalar,
apertei os dedos
em dormência
onde os versos se aconchegaram.

Bate-me no peito

aquele instante nosso
e as letras formam
pequenas partículas dispersas.
Não quero mais marés,
quero-te oceano de águas puras,
quero-te no bulício dos amantes.

Adormeci sobre os olhares que trocámos

e o momento em que me sorriste.

Calada,

a minha voz sai dos sonhos
e confunde as nuvens,
é um grito de boca cerrada.

Adormeci contigo nos meus braços.   



Francisco Valverde Arsénio   



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