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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Eugenio de Andrade //// Chuva


Todo o dia a chuva ocultou
o teu rosto
Fechava os olhos para te ver.
À minha frente um céu de abril
trazido pelo teu riso
miúdo ou pelo trigo grão a grão.
Só de olhos fechado vejo
a cidade
onde te perco com eles abertos.
Assim adormeço - a chuva
acesa em lugar do teu rosto.

 
 
Eugénio de Andrade
 
 

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