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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Maria Helena Guimaraes /// Inconstância




Foste como vieste
nas fronteiras de um desejo....

Ferveu a paixão no sangue,
correram rios nas faces
e sem que disso cuidasses
quedou-se a minha alma exangue.
Tiveste na mão o ensejo
de querer e não quiseste...

Corre-me o fogo nas veias,
soçobra meu pensamento
e no fumo do cigarro
esvai-se a ansiedade.
Procuro a tua verdade
na dúvida , meu tormento,
nesta torre sem ameias
que impus ao meu sentimento
sem a qual eu me desgarro...

Este infantil dilema
de querer e não querer,
é quase um teorema
difícil de resolver.
Quero-te , pede-me a ânsia
em que vivo hora a hora.
Mas esta terrível demora,
como um escopro de artista,
vai modelando na alma
o espectro da distânsia,
a realidade imprevista,
a dor, a resignação, a calma.

Teus olhos de areia...
Teus olhos doces de areia
quentes de sol e lonjura
traziam em si doçura
em vagas de maré cheia...
Ficaram presos nos meus
num minuto-eternidade.
E toda a claridade
se fundiu nos olhos teus.
Soçobrou meu sentimento
nesse areal de promessas
onde descanso sem pressas,
onde colho o meu alento...


Maria Helena Guimaraes

Do livro "" Contigo á lareira "" 2012
 
Foto: POEMA 

INCONSTÂNCIA 

Foste como vieste
 nas fronteiras de um desejo.
 Ferveu a paixão no sangue,
 correram rios nas faces
 e sem que disso cuidasses
 quedou-se a minha alma exangue.
 Tiveste na mão o ensejo
 de querer e não quiseste...
 
Corre-me o fogo nas veias,
 soçobra meu pensamento
 e no fumo do cigarro
 esvai-se a ansiedade.
 Procuro a tua verdade
 na dúvida , meu tormento,
 nesta torre sem ameias
 que impus ao meu sentimento
 sem a qual eu me desgarro...
 
Este infantil dilema
 de querer e não querer,
 é quase um teorema 
difícil de resolver.
 Quero-te , pede-me a ânsia
 em que vivo hora a hora.
 Mas esta terrível demora,
 como um escopro de artista,
 vai modelando na alma
 o espectro da distânsia,
 a realidade imprevista,
 a dor, a resignação, a calma.
 
Teus olhos de areia...
 Teus olhos doces de areia
quentes de sol e lonjura
 traziam em si doçura
 em vagas de maré cheia...
 Ficaram presos nos meus
 num minuto-eternidade.
 E toda a claridade
 se fundiu nos olhos teus.
 Soçobrou meu sentimento
 nesse areal de promessas
 onde descanso sem pressas,
 onde colho o meu alento...
 
Maria Helena Guimaraes
 
Do livro "" Contigo á lareira "" 2012
 

1 comentário:

fatima disse...

Teus olhos de areia...
Teus olhos doces de areia
quentes de sol e lonjura
traziam em si doçura
em vagas de maré cheia...
Ficaram presos nos meus
num minuto-eternidade.
E toda a claridade
se fundiu nos olhos teus.

Lindissimo!!!!!! saudoso,carinhoso........ bjinho Conde....