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quinta-feira, 17 de julho de 2014

António Ramos Rosa //// Quero......

Quero dormir na água das palavras
que amam o silêncio
e a lentidão da luz
que é o fulgor de uma evidência indecifrável

Quero ser a concha do ingénuo sossego
de uma flor branca
com o monótono murmúrio
de uma respiração solar

Quero ser o ouvido de veludo
de um insecto azul
e quero beber linfa do olvido
numa boca de argila
para sentir a monotonia ardente
da garganta da terra



António Ramos Rosa
 
 
 

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