falo-te em voz muito baixa,
não crio sonoplastias inúteis,
nem falo num tom monocórdico.
há uma vida a ser vivida,
quando abrirmos os olhos
estarão prestes a fechar-se novamente.
falo-te da minha angústia,
do meu amor,
a entregar-te meu sonho
e minha realidade.
há coisas demasiado preciosas
para que as deixemos passar ao largo.
momentos breves
nos quais colhemos uma lágrima,
um grito,
um riso,
um corpo.
minutos a encher-nos as mãos
de significado que não sabíamos.
falo-te de não nos rendermos ao medo.
o tempo não nos pergunta nada.
é magnífico e passa.
as palavras são uma casa
ou um punhal.
quando te dôo as minhas palavras
é para que as tomes como tuas,
faças delas abrigo,
procures-te nas perguntas,
percas-te nas afirmações.
para que te dispas
e as deixes penetrar na tua pele.
falo-te em voz baixa
para que me ouças.
tudo o que te digo é um sentido.
Silvia Chueire
1 comentário:
Tão bonito...
Palavras de pura magia!
Afastou até o meu frio.
Muito frio aqui em Teresópolis! Uau
Espero q aí esteja bem quentinho.
Boa noite!
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