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terça-feira, 8 de julho de 2014

Helena guimarães /// MARÉ ALTA 2



Mergulhei no teu sorriso
vertigem, mosto, ribalta.
Mergulhei no teu sorriso,
maré alta maré alta.

Aninhei-me no teu peito.
Carinho em caixa-alta!
Aninhei-me no teu peito...

maré alta, maré alta.

Colhi braçados de beijos
onde o teu sabor ressalta.
Colhi braçados de beijos
maré alta, maré alta.

Comunguei-te por inteiro
nada sobra, nada falta.
Comunguei-te todo inteiro
maré alta, maré alta.

Helena Guimarães


  Foto: Vida efémera

Como é efémera a vida que vivemos.
Tão efémera , fugaz e contingente
que nos faz doer a alma em tal pensar.
Cremos ser eternos , que não morremos.
Pensamento que nos passa pela mente,
nesta ânsia da vida conquistar.
O dia se passa trabalhando
sempre mais e mais
continuado,
os limites forçando dia a dia.
A noite se perde em vão , tentando
num desvario inusitado
alcançar o prazer e a alegria.
E a vida se passa no vão tentar,
ultrapassando forças e razão
sem alcançar o pretendido.
Há sempre um vazio a completar,
há sempre uma tristeza sem razão
um amargo dum sonho destruído.
E a morte vem e não fizemos
nada , mesmo nada que queríamos ,
apanha-nos com a sensação do não vivido.
Não criamos nada , só vivemos !
E  o que realmente nós seríamos
fica a pairar , desconhecido

Maria Helena Guimarães 

Do livro " Intimidades "  1994
 
 

1 comentário:

fatima disse...

Colhi braçados de beijos
onde o teu sabor ressalta.
Colhi braçados de beijos
maré alta, maré alta.

Comunguei-te por inteiro
nada sobra, nada falta.
Comunguei-te todo inteiro
maré alta, maré alta.

Vai ás mensagens,bjinho.