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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Jorge Sousa Braga /// PAIXÃO


Dario Alves, Passo, 2005
Dario Alves, Passo


Podia escrever o teu nome num vidro embaciado ou
segredá-lo a uma borboleta negra.

Podia cortar os pulsos e deixar o sangue correr até que
o mar ficasse vermelho.

Ou beijar-te os pés. Mas esse gesto está reservado
desde o princípio dos séculos e teria o sabor de uma
profanação.


Jorge Sousa Braga

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