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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Paraíso


 

Deixa ficar comigo a madrugada,

para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada, 

 deita sumo de lua e de laranja


Kahina.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir. Só te aconselho

que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...

Podes partir. De nada mais preciso

para a minha ilusão do Paraíso.



David Mourão-Ferreira

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